Representante de classe: Claudia
E-mail: cfclfreitas@yahoo.com.br
MSN: Claudiafclopes@hotmail.com
Suplente: Patrícia

E-mail da sala:
pedagogiaunip1a@yahoo.com.br
Senha: ******

sexta-feira, 28 de março de 2008

Bom final de semana

Sugestão para o Fim de Semana


O trabalho infantil não é um assunto simples de se entender no mundo atual. Para começo de conversa, é preciso buscar compreender o que significa ser criança no mundo contemporâneo.

Para tanto, recomendo um Curta-Metragem ótimo, o "A Invenção da Infância", da diretora Liliana Sulzbach, que permite excelente reflexão a esse respeito.

O site é o www.portacurtas.com.br

Coloquei o Link direto na lista de Blogs legais ao lado.

Também tem o Ilha das flores e outros mais...

Bom final de semana a todas....

Clau

quinta-feira, 27 de março de 2008

Livros que eu tenho para emprestar...

Quem quiser é só comentar...

*10 novas competências para estudar - Philippe Perrenoud
*A volta ao mundo em 52 histórias - Neil Philip
*Aprendizagem e Trabalho Pedagógico - Maria Carmen V. R. Tacca (org.)
*Avaliação, construindo o campo e a crítica
*Avaliação: Políticas e Práticas - Benigna Maria Villas Boas (org.)
*Cem sonetos de amor - Pablo Neruda
*Chão de Meninos - Zélia Gattai
*Da guerrilha ao Socialismo: A revolução Cubana - Florestan Fernandes
*Depois daquela viagem - Valéria Piassa Polizzi
*Escola Viva - Corinta Maria Grisolia Geraldi (org.)
*FORMAÇÃO DE PROFESSORES, Pensar e Fazer - Nilda Alves (org.)
*LDB Interpretada: Diversos Olhares se entrecruzam - Iria Brzezinski (org.)
*Marley e Eu - John Grogan
*O Construtivismo em sala de aula - Cesar Coll
*O PRÍNCIPE - Nicolau Maquiavel
*O trabalho como princípio articulador na prática de ensino e nos estágios
*Ou isto ou Aquilo - Cecília Meireles
*Pais Brilhantes Professores Fascinantes - Augusto Cury
*Pedagogia da Autonomia - Paulo Freire
*Quem Mexeu no meu queijo? - Spencer Johnson, M. D.
*Retrato da escola no Brasil - Aida Maria Monteiro Silva (org.)
*Terras do sem fim - Jorge Amado
*Territórios da Infância, linguagens, tempos e relações para uma pedagogia para as crianças pequenas - Ana Lúcia Goulart de Faria (org.)

bjinhos

domingo, 23 de março de 2008

Provas, trabalhos e palestras

Provas
Estatística - 31 de Março
LBP - 1 de Abril
PAL - 2 de Abril e 5 de Junho
EOEEI - 3 de Abril
OE - 4 de Abril
MTA - 7 de Abril
PCSI - 9 de Abril

Palestras
07/03 - O brincar e a matemática
07/03 - Horário da aula da Lilian- Documentário - Pro dia nascer feliz.
28/03 - Educação dos surdos - 9:30hs

Trabalhos
24/03 - Trabalho em sala de estatística
03/04 - Entrega do trabalho - EOEEI - Resumo do livro

quinta-feira, 20 de março de 2008

Escola da Ponte - Escrito por Rosely Sayão

Escrito por Rosely Sayão

A experiência da Escola da Ponte

Muitos professores, em seus comentários, afirmam que eu não conheço a realidade escolar. Por que será que eles pensam assim? Será que é porque eu não aceito o modo de funcionamento atual e sei que é possível resolver a maior parte desses problemas basicamente assumindo uma outra posição ética e política?

Hoje vou começar a contar uma experiência escolar significativa que ocorreu em uma escola em Portugal e que tem inspirado algumas escolas daqui do Brasil – públicas, inclusive – a mudarem radicalmente seu trabalho. Trata-se da Escola da Ponte, uma escola pública portuguesa que fica em Vila das Aves, conselho de Santo Tirso, na cidade do Porto.

Quando estive lá pela primeira vez estava quase desistindo de trabalhar com educação. Na verdade, conhecer essa escola, para mim, era uma despedida do campo educacional. Estava muito desiludida com os rumos da educação, por isso cheguei a considerar uma mudança de rumo profissional. Após conhecer a escola e sua experiência, voltei atrás em minha decisão. Afinal, se é possível isso ocorrer em uma escola, pode acontecer em qualquer uma.

Eu conhecia pouca coisa a respeito da escola. Sabia apenas que era uma escola que desenvolvera um projeto inovador que lhe deu visibilidade internacional nos meios educacionais. Mas, do projeto em si, eu quase nada sabia. Havia lido um livro escrito pelo Rubem Alves a respeito da escola, mas confesso que não havia apreciado.

Bom, nessa minha primeira visita fui com um grupo de educadores e, assim que chegamos, antes mesmo de entrar na escola, me perguntei o que eu estava fazendo lá. A aparência da escola me deixou desiludida. É igual a uma escola pública daqui: um equipamento feio, mal cuidado, que em nada indica que esconde uma riqueza educacional escolar incrível em seu ambiente interno.

Assim que entramos, estranhei o silêncio. Cerca de 200 alunos lá dentro – é uma escola pequena para o padrão de nosso país, mas não para o deles – trabalhavam em pequenos grupos falando baixo, e totalmente concentrados em suas tarefas. O então coordenador da escola, professor José Pacheco, nos recebeu, pediu que nos dividíssemos em pequenos grupos e indicou um aluno para cada grupo para que nos apresentasse a escola. Na época, a escola trabalhava apenas com o ciclo 1, o que para nós equivale até a quarta série do ensino fundamental.

Pensam que os alunos nos apresentaram o ambiente físico? Que nada. Eles explicaram o projeto pedagógico lá praticado, e com uma clareza e compreensão de dar inveja a muito professor. E tratava-se de alunos com idade em torno dos 9, 10 anos.

Bem, hoje vou dar, resumidamente, as propostas gerais do projeto lá praticado: gestão democrática da escola em todos os níveis (professores, alunos e pais); busca de autonomia do aluno em sua relação com o conhecimento e com seu processo de desenvolvimento; o progresso pessoal dos alunos é sempre considerado no âmbito coletivo; todo tipo de aluno é incluído no processo escolar. O principal, entretanto, é a relação do professor com seu ofício.

Lá, os professores exercem sua autoridade com o objetivo de introduzir e manter os alunos numa convivência social justa e responsável pelo espaço público. É possível observar com clareza a forte e decisiva atuação dos professores que não têm constrangimento em exercer seu papel quando é necessário conter excessos dos alunos, cobrar as responsabilidades assumidas, exigir a concentração e o esforço necessários ao desenvolvimento nos estudos. Lá, o aluno tem liberdade para escolher o que e quando estudar; entretanto, não pode escolher não estudar. E são os professores que manejam o processo para que isso ocorra, mesmo e inclusive quando há dificuldades e obstáculos.

Há mais ou menos 30 anos, a Escola da Ponte era uma escola como outra qualquer que enfrentava problemas que conhecemos bem: alta rotatividade de professores, alunos desinteressados e com problemas de aprendizagem, alto índice de evasão escolar, baixo rendimento nas avaliações, alto índice de faltas de professores etc. Além disso, o prédio em que funcionava a escola não apresentava condições mínimas para receber os alunos e seus professores. Os alunos não tinham banheiro fechado, por exemplo.

O professor Pacheco, que dava aulas nessa escola, resolveu virar a mesa: passou a contatar os pais de seus alunos em busca de colaboração, a conversar com professores em busca de união e, pouco a pouco, nasceu o projeto que hoje lá é praticado. Conseguiu formar uma pequena equipe de professores e um pequeno grupo de pais que, comprometidos com a causa da educação, passaram a construir uma nova concepção de escola. Mas cabe ressaltar que pais e professores não confundem nunca o papel de cada um.

É preciso dizer que esse processo ocorreu em meio a muitas dificuldades, inclusive legais, porque a legislação portuguesa não dá autonomia alguma às unidades escolares, ao contrário da nossa, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional).

Os professores que passaram a formar a equipe construtora do projeto mudaram radicalmente a visão da educação escolar. A mudança mais importante que o projeto promoveu foi, sem dúvida, a ruptura com a organização escolar em classes seriadas. Essa medida provocou grandes mudanças: nenhum professor é responsável, sozinho, por uma turma, já que elas não existem. Toda a equipe docente é responsável, indistintamente, pelo desenvolvimento e acompanhamento do coletivo dos alunos.

Todo o conteúdo a ser cumprido, de todas as disciplinas, foi transformado em objetivos a serem alcançados com pesquisa orientada e exercícios. Dessa maneira, os professores não precisam dar aulas expositivas, a não ser quando um grupo de alunos solicita ajuda quando enfrenta dificuldades. Do mesmo modo, as avaliações ocorrem à medida que o aluno dá conta de seus objetivos: para passar adiante, ele precisa mostrar que aprendeu o que deveria. Vejam que isso permite que cada aluno se desenvolva segundo seu ritmo. E, na verdade, esse é o verdadeiro sentido da progressão continuada.

Há muitos dispositivos que dão suporte ao projeto da Escola da Ponte, e eles podem variar a cada ano letivo. Cito alguns exemplos: reuniões semanais de grupos de alunos com seu professor tutor, assembléia semanal de alunos, reunião semanal de professores, plano de trabalho dos alunos, grupos de responsabilidade, etc. Ainda voltarei a comentar melhor alguns dispositivos.

Quero falar ainda da definição, clara e transparente, do espaço escolar como público. É isso que permite que os alunos iniciem a travessia do percurso da vida em família à vida em sociedade. Tudo – eu disse tudo – o que acontece no cotidiano escolar é levado ao conhecimento de todos, que são chamados a se responsabilizar por tudo. O espaço é de todos, realmente: lá não há salas com portas fechadas. E é a atuação firme dos professores que faz com que o registro pessoal seja respeitado sem que o individual seja priorizado.

Contar a minha visão a respeito desse projeto é uma tarefa mais árdua do que imaginei. Por isso, terei que voltar várias vezes ao tema e, também, contar com a colaboração de vocês com pedidos de esclarecimentos, com discussões e questionamentos, ok?


Uma leitora do blog perguntou se considero a Escola da Ponte a escola ideal. Não, não a considero ideal, nem perfeita. Como qualquer outra escola enfrenta dificuldades, comete equívocos, se atrapalha e às vezes perde de vista seu projeto. O que me entusiasmou no projeto da Ponte foi a maneira radicalmente diferente de enfrentar os desafios que todas as escolas enfrentam.

O ponto fundamental do projeto é a equipe de professores. Eles trabalham em união, de forma solidária e co-responsável, expressam claramente suas discordâncias e conflitos em busca de negociação, dialogam sempre, criticam-se uns aos outros, se apóiam. A equipe toda se envolve com o trabalho e, com empenho e dedicação, tentam levar adiante o projeto. Trabalham com coleguismo verdadeiramente. Quando a equipe fraqueja, o projeto sofre.

Na segunda visita que fiz à escola, a presença de vários professores novos e a existência de rupturas entre membros da equipe tornaram a escola bem diferente. Já não havia o silêncio, a disciplina e a concentração necessária dos alunos porque os professores não exigiam tanto deles. Isso deixou ainda mais evidente o quanto é decisivo a atuação dos professores e quão fundamental é a adesão de todos eles ao projeto da escola.

Outro ponto que me conquistou foi o modo como a escola encara os problemas que enfrenta. Em vez de considerar que há alunos com problemas de aprendizagem, por exemplo, a escola assume que não sabe ensinar para qualquer tipo de aluno e busca novas maneiras de abordar a questão.

Finalmente, o projeto da Ponte soube inovar sem pressa e sem grandes anseios de resultados imediatos. É preciso lembrar que o projeto começou a ser construído mais ou menos há trinta anos, e continua em construção. Educação é um processo longo, não é?

É preciso reconhecer a coragem e a ousadia dos professores que participaram e ainda participam dessa empreitada. Eles precisaram encarar, em primeiro lugar, seus próprios conceitos e preconceitos e fazer uma rigorosa crítica a sua própria atuação para mudar aquilo que está tão solidificado.

A grande lição da Ponte é que qualquer escola pode ser diferente e praticar um bom ensino a seus alunos. Para tanto basta partir do princípio que todo tipo de aluno pode ser ensinado, que os professores da escola formem uma equipe, que construam seu próprio projeto – por isso o professor Pacheco fala que a Ponte não pode ter clones – e respondam por ele.

Pode parecer que na realidade brasileira isso não se aplica. Discordo. O projeto da Ponte foi construído considerando-se a realidade deles. Aqui, deve ser considerada a nossa realidade. Acompanhei de perto a instalação de um projeto inspirado (inspirado não é copiado) lá em uma escola pública aqui em São Paulo, com cerca de mil alunos. Professores que, inicialmente, estavam reticentes quanto às mudanças, no trajeto se entusiasmaram porque testemunharam os efeitos delas. Outros não aderiram ao projeto porque dizem, entre outras razões, que nossa realidade é diferente. Esse é o maior empecilho ao desenvolvimento de qualquer projeto.

Sim, nossa realidade é bem diferente. Então, uma pergunta: por que é que nos conformamos com esse modelo escolar que conhecemos e que não foi construído para a nossa realidade?

PS: Ainda há muito que falar a respeito dessa experiência, mas vou dar uma pausa no assunto para contemplar outros. Alguns leitores que conhecem a escola querem fazer seus comentários. Podem enviar que eu os publico, ok?

Escrito por Rosely Sayão

FILMES E LIVROS - EU QUERO


Tópico para empréstimo de filmes...a lista de filmes está na lateral do blog, bem no final...
Para a galera da Facul é claro !!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Educação escolar reprovada

Outro dia, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma reportagem bem interessante sobre educação. Adorei o título:
“As crianças já estão na escola; agora só falta elas aprenderem”.

A matéria trata dos problemas que ocorrem na escola pública. A classe média, em geral, não se preocupa com esse ensino porque seus filhos freqüentam escolas privadas. Mas, se considerarmos que a rede pública atende 90% dos alunos do ensino fundamental e 88% dos que freqüentam o ensino médio, essa passa a ser uma questão de todos. Afinal, se a maioria das crianças e jovens brasileiros se forma mal nas escolas, o país irá mal e a minoria ficará pior do que já está num futuro próximo. O futuro dos filhos da classe média também depende da qualidade do ensino das escolas públicas.

Há uma frase nessa matéria que é bem forte e vai direto ao ponto: “os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem”. É verdade. As constantes faltas dos professores, denunciadas pelos alunos, em matéria de hoje são negadas pelos diretores das escolas. Vai tudo bem; segundo eles, os alunos se enganaram. Isso não é puro fingimento?

A progressão continuada, que é encarada como aprovação automática, tornou-se o grande vilão da história. A Sylvia não disse que tem de ter um culpado para todos os problemas? Pois os professores já encontraram os culpados para o fracasso escolar. Nas escolas públicas é a progressão continuada, nas privadas é a pressão e o poder de intervenção dos pais dos alunos.

Mas, em escolas públicas há professores comprometidos com seu trabalho e, como conseqüência, alunos com bom aprendizado, e em escolas privada há professores que tratam seu trabalho com descaso e, portanto, seus alunos não aprendem bem. A questão escolar, em meu entendimento, concentra-se em dois pontos: o modo de funcionamento da escola e a formação dos professores, que precisam ter compromisso ético com seu trabalho.

Quando é que vamos nos implicar verdadeiramente com o problema da educação escolar?


Escrito por Rosely Sayão às 09h55

sexta-feira, 7 de março de 2008

"Bullying" e incivilidade

Categoria: Folha Equilíbrio
Escrito por Rosely Sayão

O "bullying" não é um fenômeno moderno, mas hoje os pais estão bem preocupados porque parece que ele se alastrou nos locais onde há grupos de crianças e jovens, principalmente na escola. Todos têm receio de que o filho seja alvo de humilhação, exclusão ou brincadeiras de mau gosto por parte dos colegas, para citar exemplos da prática, mas poucos são os que se preocupam em preparar o filho para que ele não seja autor dessas atividades.

Quando pensamos no "bullying", logo consideramos os atos violentos e agressivos, mas é raro que os consideremos como atos de incivilidade. Vamos, então, refletir a respeito desse fenômeno sob essa ótica.

Por que é que mesmo os adultos que nunca foram vítimas de atos de violência, como assalto ou furto, sentem uma grande sensação de insegurança nos espaços públicos? Simples: porque eles sentem que nesses locais tudo pode acontecer. A vida em comunidade está comprometida, e cada um faz o que julga o melhor para si sem considerar o bem comum.

Outro dia, vi uma cena que exemplifica bem essa situação. Em uma farmácia repleta de clientes, só dois caixas funcionavam, o que causou uma fila imensa. Em dado momento, um terceiro caixa abriu e o atendente chamou o próximo cliente. O que aconteceu? Várias pessoas que estavam no fim da fila e outras que aguardavam ainda a sua vez correram para serem atendidas. Apenas uma jovem mulher reagiu e disse que estavam todos com pressa e aguardando a sua vez. Ela se tornou alvo de ironias e ainda ouviu um homem dizer que "a vida é dos mais espertos".

Essa cena permite uma conclusão: a de que ser um cidadão responsável e respeitoso promove desvantagens. É esse clima que, de um modo geral, reina entre crianças e jovens: o de que ser um bom garoto ou aluno correto não é um bem em si. Além disso, as crianças e os jovens também convivem com essa sensação de insegurança de que, na escola, tudo pode acontecer. Muitos criam estratégias para evitar serem vistos como frágeis e se tornarem alvo de zombarias. Tais estratégias podem se transformar em atos de incivilidade.

A convivência promove conflitos variados e é preciso saber negociá-los com estratégias respeitosas e civilizadas. Muitos pais ensinam seus filhos a negociarem conflitos de modo pacífico e polido, mas muitos não o fazem. É preciso estar atento a esse detalhe. Aliás, costumo dizer que é nos detalhes que a educação acontece. Faz parte também do trabalho da escola esse ensinamento.

Aprender a não cometer atos de incivilidade diminuiria muito o "bullying". Para tanto, não se pode abandonar crianças ou jovens à própria sorte: é preciso a presença educativa e reguladora dos adultos. Isso vale, principalmente, nos horários escolares em que o fenômeno mais ocorre: na entrada, na saída e no recreio.

sábado, 1 de março de 2008

Ensinar a fazer perguntas certas

"Texto publicado originalmente no Folha Equilíbrio, escrito por Rosely Sayão"

Uma escola passou uma tarefa importante aos alunos da segunda série do ensino fundamental: elaborar a prova que eles mesmos fariam. A criançada ficou excitadíssima. A classe foi dividida em pequenos grupos, a professora apresentou as regras e colocou os alunos para trabalhar. As surpresas com que se defrontaram no processo foram muitas.

A primeira foi que eles não sabiam que, para fazer perguntas sobre um conteúdo, é preciso estudá-lo -e muito bem. Ponto para a escola, que soube dar mais valor às perguntas do que às respostas. Afinal, é exatamente isso que sustenta o aprendizado: ensinar a fazer perguntas certas. Além disso, a escola livrou os alunos da tradicional situação que costuma deixá-los estressados e não colabora com o processo de aprendizagem: as avaliações.

A segunda surpresa dos alunos foi descobrir que, para elaborar um trabalho, é preciso dedicação e paciência, pois é necessário fazer rascunhos, reavaliar o que foi feito, reconhecer as falhas do projeto e refazê-lo inúmeras vezes. E, de novo, a escola encontrou uma ótima maneira de ensinar isso. Convidou pais para que contassem como faziam seu trabalho.

Terceira descoberta dos alunos: os adultos, profissionais que são e que já passaram pela escola, também fazem rascunhos, despendem tempo e energia ao elaborar um trabalho e pesquisam, assim como erram e mudam muitas vezes o que já fizeram. E é sobre isso que vamos refletir.

Que conceito a respeito do conhecimento temos transmitido aos mais novos se eles se surpreendem quando percebem que estudar é uma tarefa que não termina nunca? Talvez seja necessário pensarmos melhor nisso, principalmente porque essa geração usa recursos tecnológicos diversos com muita facilidade. Assim é com o videogame, com o computador, com o telefone celular etc. Pode ser que estejamos permitindo que crianças e jovens tenham essa idéia do que seja aprender: um processo rápido, que começa e termina com uma brevidade incrível e que não exige dedicação, esforço, concentração, pesquisa e estudo constantes.

Os pais e professores sabem o tamanho da dificuldade que tem sido cobrar dos alunos e dos filhos uma atitude de apreço ao conhecimento. Eles, de modo geral, têm sido displicentes com tudo o que se refere aos estudos. Precisamos considerar a possibilidade de que isso possa ser resultado de uma grande falha nossa na formação intelectual deles. Mas a hipótese de que falta motivação para o estudo tem sido forte o suficiente para impedir que novas conjecturas sejam construídas. Uma possível é a de que o mundo adulto está tão indiferenciado do mundo infantil e jovem que permite aos mais novos se compararem aos adultos e acreditarem que estão no mesmo patamar no processo de aquisição do conhecimento.

Vejam a história que uma professora me contou. Em uma conversa com um aluno da quinta série que enfrenta dificuldades com a língua portuguesa, ela ouviu dele uma confissão: a de que estava desanimado com o estudo porque achava que nunca conseguiria escrever tão bem quanto ela. Ao explicar que para chegar a escrever como ela seria preciso muito exercício e muito tempo, ele perguntou, espantado, se não se aprendia a escrever bem de uma vez só. Não é interessante a pista que esse aluno nos dá? É a mesma dos que se surpreenderam com o trabalho de um profissional experiente ao executar sua função.

Mais importante do que cobrar êxito na vida escolar dos filhos é ensinar que estudo exige dedicação, esforço, concentração, organização e, principalmente, paciência e sacrifício também. Por que não?
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